Francisco Beltrão (PR) - No dia 5 de abril, o 16° Esquadrão de Cavalaria Mecanizado realizou uma cerimônia em homenagem ao 2º Tenente Carlos Argemiro Camargo, personagem histórico ligado à unidade militar e ao Exército em Francisco Beltrão, morto há 54 anos no cumprimento do dever. A solenidade foi presidida pelo Coronel Wilson Rogério Pinheiro, Chefe do Estado-Maior da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, Cascavel – PR.
A formatura contou com participação da Banda de Música da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, e com a presença de várias autoridades civis e militares da cidade, de familiares e ex-companheiros, em especial o senhor Maurício, sobrinho neto do Tenente Camargo. Na oportunidade, foi realizada a leitura do texto alusivo ao Tenente Camargo:
“Carlos Argemiro Camargo nasceu em 15 de abril de 1938, na cidade de Ponta Grossa-PR, filho de Rômulo Camargo e Leondrina Rodrigues. Foi convocado para o Serviço Militar, incorporando no 13º Regimento de Infantaria, em 1957. Dois anos depois, foi transferido para a recém instalada 1ª Companhia do 13º RI, na Cidade de Francisco Beltrão-PR, onde hoje está instalado o 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado.
Era uma época difícil na História do Brasil, na qual a divisão era uma ameaça real para os destinos da Nação. Foi nesse contexto que, em 26 de março de 1965, o posto de telegrafia da 1ª Companhia do 13º RI recebeu ordem do escalão superior para interceptar um grupo armado subversivo, que já havia atacado destacamentos da Brigada Militar do Rio Grande do Sul nas localidades de Três Passos e Tenente Portela. Imediatamente, o Comando da Subunidade destacou uma patrulha, o então 3° sargento Carlos Argemiro Camargo, partiu de Francisco Beltrão integrando essa patrulha. Em seguida, foram recebidos informes de que o grupo armado havia sido visto na região de Capanema, seguindo em um caminhão “Mercedes” em direção a Foz do Iguaçu, onde os presidentes Castello Branco, do Brasil, e Alfredo Stroessner, do Paraguai, estariam reunidos para a inauguração da ponte Internacional da Amizade.
Sabendo da perseguição pela tropa da 1ª Companhia do 13º RI, o grupo subversivo preparou uma emboscada, que recebeu a patrulha a tiros próximo a Marmelândia - PR. Dois desses tiros vieram a alcançar o Sargento Camargo, um na perna e outro no peito. Era o dia 27 de março de 1965. Apesar da baixa, a missão prosseguiu e, no mesmo dia, o grupo armado foi alcançado e preso. O então 3º Sgt Camargo, na época com 26 anos, deu sua vida em defesa da Nação, no estrito cumprimento de seu dever. Havia casado recentemente com a senhora Maria da Penha Correa Soares, deixando-a grávida no 7º mês de gestação de seu 1º e único filho.
Sua morte prematura causou comoção nacional, mas abalou sobremaneira a população beltronense, que já havia o abraçado como um de seus filhos. Totalmente integrado à sociedade local, além de militar, atuava como professor de voleibol no Colégio das Irmãs, hoje Colégio Nossa Senhora da Glória. Sua memória está eternizada na denominação de logradouros e estabelecimentos de ensino em diversos municípios da Federação. Foi promovido “post-mortem” ao posto de 2º Tenente e recebeu a Medalha do Pacificador.
Ao homenagearmos o Tenente Camargo, reverenciamos a figura do Soldado Brasileiro, que, no cumprimento da missão, segue o juramento que fez à Pátria até a última letra: “Dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria, cuja Honra, Integridade e Instituições defenderei com o sacrifício da própria vida”. ”
O ato seguinte, no encerramento da formatura, foi a homenagem em si, com o depósito de uma corbélia de flores no memorial do Herói. Para tanto, o Major Jaime Oliveira da Silva Lima, Comandante do 16º Esqd C Mec, convidou o Coronel PINHEIRO e o senhor Maurício, sobrinho neto do Tenente Camargo.
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